As coisas mudam. Eu fico impressionada quando percebo o QUANTO mudam. Repentina e radicalmente. Incontrolavelmente. Afinal, o mundo nunca para de girar. São 24 horas, são 31 dias, e 12 meses. E lá se foi mais um ano. E olhando pra trás, o que eu vejo? O que eu construí e o que tive que ultrapassar para chegar até aqui? Não foi fácil, todos nós sabemos que nunca é. Mas e será que eu não poderia ter mudado nada? E esse arrependimento? Será que não podia ser tudo muito diferente? Eu não estou insatisfeita com o que vejo agora. Claro que não sou totalmente feliz, mesmo porque nunca existe uma plenitude, ou se existisse eu não pararia para me fazer essas perguntas. Eu gosto de onde me vejo. Gosto de olhar para trás e saber que não foi em vão. Nada foi. Mas e será que algumas pequenas atitudes não poderiam mudar o que me rodeia nesse momento? Se o medo não tivesse tantas vezes me impedido de arriscar, será que agora seria diferente? Será que eu segui o caminho certo, ou o desvio me fez tomar a direção oposta? Será que existe o destino, e eu estou o seguindo como deveria? Ou será que fui tão inconsequente em minhas escolhas a ponto de me perder? As coisas mudam todos os dias. Nem sempre a estrada é segura, nem sempre se tem a coragem necessária. Nem sempre se enxerga uma forma de prosseguir. E eu venho me perguntando se não haveriam planos muito distintos para mim. Se a minha hesitação não me fez perder o que me estava reservado em algum lugar. Ou então é só isso? Apenas uma escolha? Apenas um destino? Ou será que escolhas diferentes me levariam à caminhos paralelos? À novos objetivos? Nunca saberei. Eu só posso agora continuar vivendo, reconhecer meus erros e não repeti-los. Então, se não é aqui que eu gostaria de ter chegado, cabe a mim mudar de rumo. Talvez as linhas sejam escritas, mas cabe apenas à mim segui-las ou não. Arriscar pelo desconhecido, ir em busca daquilo que eu quero. Da trilha que sonhei percorrer. Claro que existem coisas que não posso mudar, que não estão ao meu alcance. Mas o meu caminho, sou eu quem constrói. Devo me manter ciente de que minhas escolhas, sim, sempre afetam o presente e provavelmente o futuro. Por menor que elas possam parecer. E o que conta para mim é a coragem, a certeza, a sabedoria. Para saber prosseguir, para ser forte e não me deixar abater. Porque existem caminhos errados, o tempo todo. Mas existem também os retornos. Existe a chance de parar e recomeçar. De mudar a rota. E tudo depende de mim. É a minha vida, são as minhas oportunidades. Os meus dias, minhas verdades e decisões. A minha luta, que nunca tem fim. Que nunca declara o vencedor ou perdedor. São altos e baixos. Eu vou cair para levantar ainda mais forte. E vou escrever minha própria história, escolher meu próprio destino. Dia após dia.
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